Desde o início, o homem observa o mundo analisando e registrando as ações humanas. Nesse sentido, o modo como o registro é construído depende da visão de mundo de quem o constrói. Por outro lado, o espaço observado se diferencia pela forma como o homem nele atua e o transforma e, nesse processo, se desenvolvem histórias, mitos e lendas. Esses dois princípios tendem a se desenvolver separadamente: o homem que registra o espaço e o homem que faz o espaço. No mapeamento social se tenta unificar dialeticamente os dois conceitos: elaborando o mapa de acordo com as transformações ocorridas em um determinado território. Quando se trata de comunidades remotas, onde pouquíssimas pessoas vivem, essa ferramenta assume uma importância ainda maior, pois possibilita a partir das narrativas dos sujeitos dessas localidades reconstruir a história do seu povo. Nesse sentido, este livro traz as contribuições do mapeamento social para as comunidades insertas no deserto de Atacama, localizadas no norte do Chile e para todos aqueles que possuem interesse em conhecer melhor esse instrumento metodológico de resgate da memória coletiva.