Ao final do século XX, o mundo passou por transformações econômicas fundamentais para a sustentação do sistema capitalista. A liberalização dos fluxos de capitais e a integração financeira mundial impulsionadas pelo governo norte-americano e por instituições internacionais como FMI e BM, foram partes cruciais do que convencionou-se chamar de "mundialização financeira". Dentro desse processo, as remessas de divisas são uma pequena, mas importante parte dos fluxos financeiros internacionais, especialmente por seu efeito direto sobre as contas nacionais dos países. Essas remessas são ainda mais importantes para camadas mais pobres de países periféricos, como é o caso do México. Em 2016, essas transferências internacionais atingiram cifras históricas no país, influenciados por múltiplos fatores que vão desde a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos até a queda do desemprego e aumento dos salários dos imigrantes mexicanos trabalhando naquele país, uma clara amostra da interdependência sistêmica contemporânea. Nesse sentido, buscou-se destacar os fluxos de remessas a partir das relações entre México e Estados Unidos, abordando os principais fatores que levam aos fluxos de remessas.